sexta-feira, 3 de junho de 2011

Condicionamento Operante

REFORÇAMENTO POSITVO E NEGATIVO

Dentro de uma abordagem Analítico-comportamental , o reforçamento positivo está presente em muitas técnicas e sem duvida é um principio importante para a mudança comportamental.
Entender o conceito e a aplicação é fundamental para o analista do comportamento articular as sessões para que classes de respostas alvo sejam constantemente reforçadas afim de se mudar um comportamento problema, caso seja esse o objetivo.
O terapeuta deve no inicio ser um agente reforçador por si só, já que o cliente procura um terapeuta e o tem como alguém que detém um conhecimento que pode ajudá-lo  e qualquer ato ou palavra que alivie o sofrimento já tem um papel reforçador para respostas de compromisso e maior aderência ao processo psicoterápico. Ainda podemos falar que esses processos aprofundam e melhoram a relação terapêutica que se está sendo estabelecida entre terapeuta e cliente.
Ao lidar com o reforço positivo são necessários cuidados, é preciso estabelecer um criterioso levantamento de dados e fazer uma boa análise funcional para definir a princípio qual é o melhor esquema de reforçamento para o caso do cliente dentro dos objetivos da terapia.
Alguns clientes funcionam sobre um esquema de contingência de reforço positivo muito infrequente. Isso significa que esse cliente tem uma tolerância a frustração muito grande. Sendo assim, acabam não sendo sensiveis a novas contingências reforçadoras e não operam no ambiente, pois já se acostumaram a suportar frustração e condições aversivas. Nesse caso mantem seu comportamento inalterado, mesmo que seu padrão de respostas produzam conseqüências aversivas.
Clientes que são expostos a contingências de total privação ou de privação moderada de fontes reforçadoras experimentam um intenso sentimento de culpa assim que os reforçadores são apresentados,  isso acontece por possuírem repertórios modelados de uma extrema tolerância a frustração (Guilhardi, 2002, p. 136).
Contingências de reforçamento positivo escassas podem gerar sujeitos que não possuem repertórios comportamentais capazes de produzir reforçadores em ambiente natural intrinsecamente, precisando sempre de esquemas de reforço extrínseco sugerindo baixa auto-estima e dificuldades em relacionar-se em um ambiente social. Com isso pode-se dizer que o individuo sofre um impacto negativo em sua variabilidade comportamental e portanto vai ter dificuldades em buscar novas formas de reforçamento.
Segundo Horcones (1983), as palavras “extrinseco e intrinseco” referem-se apenas a origem das conseqüências. Se o cliente ao responder a estímulos discriminativos, obtém uma conseqüência reforçadora dizemos que o reforçamento é intrínseco e com isso se configura em uma resposta naturalmente reforçada.
Quando o responder do cliente é reforçado pelo ambiente através do terapeuta, dizemos que o reforço é extrínseco e arbitrário, já que foi possibilitado por outra fonte que não seja o próprio responder do sujeito. Em outras palavras, quando falamos de reforçamento positivo intrínseco, nos referimos ao uma relação entre resposta e conseqüência, em que a conseqüência é produto direto da resposta, ou seja, a conseqüência reforçadora é produto direto da resposta do próprio sujeito. Quando falamos de reforçamento positivo extrínseco, vamos nos referir a uma relação entre conseqüência e resposta, em que a conseqüência depende da própria resposta do individuo somado a outros eventos.
O reforçamento intermitente é mais eficaz que o CRF por facilitar a variabilidade comportamental, já que torna a sessão mais proxima ao ambiente natural onde é preciso operar no ambiente e algumas respostas vão ser reforçadas e outras não. O reforçamento de esquema intermitente mostra melhores resultados por que aumenta a tolerância a frustração e obriga o indivíduo a continuar operando para receber o reforço que outrora era sempre apresentado.  Isso é especialmente verdade quando falamos de comportamento social, onde algumas respostas são reforçadas e outras entram em extinção.
O reforçamento positivo é um processo que consiste em apresentar um estímulo conseqüente que aumente a probabilidade da emissão de respostas. Dentro do contexto clinico, é importante determinar respostas que devem ou não ser conseqüenciadas positivamente.  Mas também é sabido que, como no caso da psicoterapia o reforço é obtido dentro do contexto clínico, pode ser que o mesmo reforço não seja produzido em ambiente natural. É necessário que o terapeuta também ajude o cliente a instrumentarlizar-se para obter esses reforços em seu ambiente fora do contexto clínico, podendo generalizar fontes reforçadoras obtidas através de um novo repertório comportamental que foi ou está sendo modelado em terapia.
A terapia seria falha se o cliente só conseguisse operar em um ambiente clínico e só fosse reforçado nesse ambiente, não levando novos repertórios para seu ambiente natural. O reforço extrínseco deve ser capaz de instalar novos repertórios comportamentais para que o reforço seja intrínseco ao comportamento do cliente. Nesse caso, acontecerá a generalização e conseqüentemente repertórios inadequados, não assertivos e agressivos vão ser extintos.
Em alguns casos o terapeuta sozinho não consegue modelar novos repertórios comportamentais apenas em um ambiente clínico. Para esses casos, o trabalho conjunto com o A.T. (Acompanhante Terapêutico) mostra resultados interessantes. O terapeuta como fonte reforçadora em ambiente clínico modelando novos repertórios comportamentais e o A.T. como fonte reforçadora externa ao contexto clínico, e em alguns casos mais graves, dando modelos de novos repertórios para que o cliente possa ver uma classe de respostas mais ampla e com isso passe a imitar o Acompanhante Terapeutico.
Se espera com esse trabalho em conjunto que a generalização de reforçadores seja facilitada contribuindo para a instalação permanente de novas classes de respostas mais adaptadas e novos repertórios comportamentais. Em um próximo texto discutirei um pouco mais o trabalho do Acompanhante Terapeuta ( A.T.).
Por reforçamento pode-se entender qualquer operação que altere a chance de uma resposta ocorrer no futuro. Assim, operações como reforçamento positivo, reforçamento negativo, extinção, punição positiva e punição negativa podem ser englobadas em um único e amplo conceito chamado reforçamento.
Primeiramente vamos nos ater às operações conhecidas como reforçamento (ou reforço) positivo e reforçamento (ou reforço) negativo. Um breve parêntese pode ser importante: quando usamos a palavra reforço, podemos estar nos referindo a três coisas diferentes: 1. Um reforçador, quer dizer, um estímulo que quando produzido por uma resposta aumenta a probabilidade desta; 2. Um reforçamento, ou seja, uma operação em que reforçadores são apresentados; e 3. Um reforçamento enquanto procedimento, ou seja, uma situação em que alguém deliberadamente provê conseqüências especialmente para instalar, manter ou manejar o responder de um organismo.
Agora podemos passar a uma apresentação melhor das operações de reforço.
O reforço positivo
Reforço positivo é uma operação em que um evento produzido por uma resposta aumenta a probabilidade desta resposta ocorrer no futuro.
Vejamos uma situação natural em que esta operação pode ocorrer. Se uma criança, brincando com materiais gráficos, produz no papel um risco colorido com um lápis de cor e, depois disto, passa a riscar papéis quando os encontra pela frente, podemos dizer que o risco (ou o papel riscado) reforçou positivamente a resposta de riscar.
O mesmo pode acontecer em uma situação planejada, como quando um terapeuta discute com o cliente como ele pode resolver os problemas que ele acabou de contar na sessão – o terapeuta reforçou respostas do cliente relacionadas a discutir as dificuldades de sua vida, o que é de muito interesse de um terapeuta.
terapeuta
De maneira mais geral, uma representação gráfica da relação entre a resposta e o reforçador positivo pode ser formulada da seguinte maneira:
reforçopositivo
Esta representação provavelmente será lida por um analista do comportamento da seguinte forma: dada a emissão de uma resposta, um estímulo é produzido e este estímulo retroage sobre a probabilidade futura de ocorrência desta resposta. Isso quer dizer que, se a pessoa faz algo que produz um reforço, então é bem capaz que ela volte a fazer isso.
Uma observação final é a de que muitos autores já definiram o reforço como um estímulo agradável, apetitivo, prazeroso, etc. Hoje este tipo de definição não é aceita, sendo que a única característica do estimulo que o caracteriza como reforçador é o aumento da probabilidade de ocorrência da resposta que o produziu.
O reforço negativo
Se por um lado o reforço positivo é marcado pela produção de um evento, o reforço negativo é marcado pela eliminação de um evento. Daí os nomes positivo (produção, adição) e negativo (eliminação, subtração). Desta forma, reforçamento negativo é uma operação em que uma resposta tem sua probabilidade de ocorrência aumentada pela eliminação de um estímulo.
Por exemplo, se uma pessoa está do lado de uma janela e começa a chover no seu rosto, ela pode fechar a janela e impedir que a chuva continue a molhando. Se das próximas vezes que chover ela fechar a janela, a porta, etc., podemos dizer que estas respostas foram negativamente reforçadas pela remoção da chuva.
Os analistas do comportamento chamam de estímulo aversivo o evento que é eliminado no reforçamento negativo. Existem muitos estímulos aversivos conhecidos, como o choque elétrico, os jatos de ar quente, as estimulações dolorosas diversas, etc. Mas definiremos um estímulo aversivo baseados principalmente na probabilidade de uma pessoa, ou um animal, se comportar para eliminar este estímulo.
As respostas negativamente reforçadas são chamadas de fuga na literatura analítico-comportamental. Um esquema gráfico de uma resposta de fuga pode ser este apresentado a seguir:
reforçonegativo
Você pode ler este esquema da seguinte forma: dado um estímulo aversivo, uma resposta que o elimine será negativamente reforçada. Isso quer dizer que se uma pessoa fizer algo que termine uma estimulação aversiva, é muito provável que ela volte a fazer isso quando a estimulação aversiva voltar a acontecer.
Um outro tipo de resposta negativamente reforçada é chamado de esquiva. Na esquiva, o estimulo aversivo não precisa ser apresentado – exige-se apenas a presença de um outro evento que indique que o aversivo pode aparecer. Por exemplo, aquela pessoa que aprendeu a fechar a janela pra se livrar da chuva pode começar a fechar a casa toda quando o céu ficar cheio de nuvens carregadas.
Em resumo, pode-se dizer que reforço positivo e negativo são processos em que as conseqüências do responder aumentam a probabilidade futura da emissão de uma dada resposta.

  1. Fonte: www.psicologiaeciencia.com.br

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